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Aprovado texto principal da reforma na saúde dos EUA

Matéria do G1: A Câmara de Representantes dos Estados Unidos – como é chamada a Câmara dos Deputados americana -aprovou na noite deste domingo (21) o texto principal do projeto de lei que propõe a reforma do sistema de saúde norte-americano. Ainda falta a votação das emendas propostas pelos congressistas.  

O texto foi aprovado com 219 votos a favor e 212 contra. Era necessário o mínimo de 216 votos para a aprovação. A votação representa uma importante vitória política para o presidente Barack Obama, já que reformar o sistema de saúde dos EUA era sua principal promessa de campanha.

No Brasil, em 1998, tivemos através da lei 9.656/98 a reforma da saúde privada (complementar ao SUS) no Brasil. O nosso sistema passou a proibir a recusa de clientes portadores de doenças preexistentes ou acima de 65 anos (clientes com mais de 65 anos não conseguiam aceitação nos seguros e planos de saúde). Entre inúmeras outras vantagens, tais como a unificação de um plano de referência (cobertura mínima obrigatória), evitando absurdos como planos que cobriam a consulta ao cardiologista e exclusão de cirurgias cardíacas. Antes de 1998 nós tínhamos planos de saúde que não cobriam transplantes, que somente permitiam 1 única tomografia computadorizada por ano! Enfim, uma cobertura muito heterogênea e limitada entre os diversos planos comercializados àquela época.

Mesmo assim, apesar dessa lei ter trazido reais vantagens ao consumidor, ela recebeu muitas críticas naquele período. Até o IDEC entrou com recursos para proteger os clientes de eventuais reajustes desnecessários nos preços. Ocorre que dessa forma evitou a retroatividade da lei, e fez com que os planos antigos não tivessem sua cobertura ampliada. Do mesmo jeito ocorre, hoje, com a reforma americana, pois 60% dos americanos são contra a reforma (KILL THE BILL) por medo de aumentos nos custos.

Mas a reforma, a exemplo do que ocorreu conosco em 1998, traz reais benefícios aos americanos. A proibição de recusa dos planos particulares a uma pessoa portadora de moléstia preexistente é um exemplo. Outro advento será a criação de um plano do governo para tratar 48 milhões de pessoas atualmente sem cobertura, como pretende fazer o Sistema Único de Saúde-SUS brasileiro.

Por Gustavo Cunha Mello

Prof. Gustavo Cunha Mello, Economista, com MBA em Gerenciamento de Riscos pela COPPE-UFRJ, Pós Graduação em Engenharia de Planejamento pela COPPE-UFRJ e Mestrado em Engenharia de Produção – Sistemas de Gestão pelo Latec-UFF. Gerente de Riscos, Corretor de Seguros, Perito Judicial e Investigador de Acidentes. Professor desde 2000 da Escola Nacional de Seguros – Funenseg – nos cursos técnicos e no MBA de seguros. Também é professor da UFF e do IBMEC nos MBAs de gerenciamento de riscos e gestão de projetos (PMBOK). Membro de Comitês na ABNT. Trabalha há 30 anos no setor de seguros e na consultoria de gerenciamento de riscos. Tendo concluído diversos cursos de seguros e análise de riscos no Brasil e no exterior através do AICPCU/IAA - American Institute for Chartered Property Casualty Underwriters and the Insurance Institute of America - Malvern - Pennsylvania, bem como cursos de Resseguros executados no Lloyds de Londres pelo CII – Chartered Insurance Institute. É articulista de diversas mídias especializadas em seguros e gerenciamento de riscos, bem como da Globonews e Bandnews na área de gerenciamento de riscos.