Categorias
Acidentes Aéreos Aeroportos Aviação

Transponder, Radar primário e Radar secundário

Transponder

Transponder, que significa “Transmitter-responder”,  é um transmissor de rádio na cabine do piloto, que se comunica através de um radar de solo com o controle de tráfego aéreo.  O transponder recebe um sinal de radar de solo (controle do espaço aéreo) que solicita dele informações, para então automaticamente responder, entre outras coisas, a identificação da aeronave, a sua velocidade, a altitude e posição.  O transponder também atende ao radar instalado nas outras aeronaves em vôo, para atender ao sistema TCAS – Traffic Collision Avoidance System – que evita colisões em vôo. Existem vários protocolos de comunicação radar-transponder  sendo de  1 a 5  para uso militar e  A, B, C e D e Modo S para uso civil. Cada protocolo dá mais ou menos informações acerca da posição, altitude, etc.

O transponder de cada aeronave utiliza 4 dígitos, que variam de 0 à 7, portanto formando até 4096 diferentes combinações. Sendo usado como código único (não fixo) dela naquele momento do vôo. Esses quatro dígitos são conhecidos como “squawk code”.  Isso porque na Segunda Guerra Mundial os ingleses, na comunicação base e piloto, usavam o termo “squawk your parrot” para dizer ligue o transponder de sua aeronave e “Strangle your parrot” para desligar e até hoje usam o termo “Squawk”. Os códigos 7500 (sequestro); 7600  (falha no radio); 7700 (emergência) são especiais (conhecidos como ICE, Illicit, Communication and Emergency), também há outros grupos de códigos que devem ser evitados pois são destinados a uso militar ou a padrões de outros países (Uma lista de códigos pode ser encontrada em http://en.wikipedia.org/wiki/Transponder_(aviation) .

O próprio controlador no despacho e autorização de decolagem define o código para o piloto. No Brasil o padrão nulo é 2000, enquanto o piloto aguarda o código do Controle (por exemplo decolando de aeroporto sem torre de controle). Em solo o Transponder deve sempre estar em Stand-By, pois ele atrapalha o controle com excesso de informações desnecessárias.

Quando o transponder esta em stand-by (Off), o controlador ainda assim consegue ver o símbolo que demonstra a posição do avião, porém ele não consegue ter informações básicas sobre a aeronave como velocidade e altitude tendo em vista que o equipamento que deveria transmitir as devidas informações está em stand-by. Mais detalhes em: http://www.ivao.com.br/arquivos/manuais/TD%20-%20Transponder.pdf

Para ter um exemplo de como funciona a comunicação entre uma aeronave e o controle do espaço aéreo, segue o link do radar de Atlanta nos EUA: http://www.airtrafficatlanta.com/ e o http://www.liveatc.net/

Radar Primário e Secundário:

O radar, do inglês Radio Detection And Ranging (Detecção e Telemetria pelo Rádio), é o equipamento que tem o objetivo de detectar objetos a longas distâncias. Para isso ele emite e detecta (efeito Dopller) ondas eletromagnéticas que são refletidas por objetos distantes. A detecção das ondas refletidas permite determinar a localização do objeto.

O Radar Primário é bidimensional, isto é, só fornecem informação de azimute (coordenadas horizontais em graus a partir de um norte definido) e distância, não informando a altitude (coordenada vertical). Existem diversos tipos de radares primários variando conforme o tipo e frequência da onda eletromagnética emitida.

Radar Secundário, conhecido por SSR, do  inglês “SECONDARY SURVEILLANCE RADAR”, usado na aviação civil depende do uso e instalação do Transponder. Que quando desligado (stand-by) não informa a altitude e funciona semelhante ao radar primário.

Por Gustavo Cunha Mello

Prof. Gustavo Cunha Mello, Economista, com MBA em Gerenciamento de Riscos pela COPPE-UFRJ, Pós Graduação em Engenharia de Planejamento pela COPPE-UFRJ e Mestrado em Engenharia de Produção – Sistemas de Gestão pelo Latec-UFF. Gerente de Riscos, Corretor de Seguros, Perito Judicial e Investigador de Acidentes. Professor desde 2000 da Escola Nacional de Seguros – Funenseg – nos cursos técnicos e no MBA de seguros. Também é professor da UFF e do IBMEC nos MBAs de gerenciamento de riscos e gestão de projetos (PMBOK). Membro de Comitês na ABNT. Trabalha há 30 anos no setor de seguros e na consultoria de gerenciamento de riscos. Tendo concluído diversos cursos de seguros e análise de riscos no Brasil e no exterior através do AICPCU/IAA - American Institute for Chartered Property Casualty Underwriters and the Insurance Institute of America - Malvern - Pennsylvania, bem como cursos de Resseguros executados no Lloyds de Londres pelo CII – Chartered Insurance Institute. É articulista de diversas mídias especializadas em seguros e gerenciamento de riscos, bem como da Globonews e Bandnews na área de gerenciamento de riscos.